QUEREM ACABAR COM O SUS
Por Simplício Araújo
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Deputado federal Simplício Araújo (PPS-MA) |
A Classe Politica, o
CNS - Conselho Nacional de Saúde, o Ministério Público, do Movimento Sanitário
e o Supremo Tribunal Federal devem ficar atentos para a gravidade do pacote de
medidas que prevê redução de impostos e subsídios com o intuito de expandir a
assistência médica suplementar que está sendo negociado em encontros da
Presidente Dilma Rousseff e sua equipe com donos de planos de saúde, inclusive
sócios do capital estrangeiro que chega faminto ao mercado nacional.
O Governo
Federal parece que desistiu de garantir a completa reforma do SUS, primeiro
porque negou o comprometimento de pelo menos 10% (dez por cento) do orçamento
da união para a saúde.
Agora, após reconhecer que o gasto público com saúde é
insuficiente para um sistema apontado na Constituição Federal como Universal e
integral, deixa claro que não consegue controlar verdadeiros desperdícios e
arroubos com os recursos públicos a exemplo do que acontece no Maranhão, onde
se tem simplesmente 60 hospitais construídos pelo governo do Estado, sem os
devidos estudos, abandonados em meio aos matagais. Com isso, e com a
proximidade de mais uma eleição em 2014, retira-se de cena os sanitaristas e
escalam-se maquiavélicos marqueteiros com o intuito de elaborar uma proposta
que mascare pelo menos por alguns meses o problema que apavora todas as
pesquisas eleitorais em qualquer esfera da Federação que é o gravíssimo
problema de saúde pública.
Em nome de mais quatro anos de poder, podemos
assistir nos próximos anos o desmonte total do Sistema Único de Saúde, e o que
é pior, através de um golpe na classe média. O negocio é bilionário. Trata-se
de oferecer aos cidadãos e a pequenas empresas planos de saúde de baixo custo e
de cobertura inexpressiva direcionada a um publico que seria penalizado duas
vezes, a primeira por já pagar impostos contribuindo dessa forma para o SUS e
segundo por que teria nos serviços públicos o destino final dos problemas como
câncer e doenças de maior gravidade, a vista do que acontece hoje com os grandes
planos de saúde. Este tipo de paliativo só criaria, em médio prazo, um
agravamento maior da caótica e falida situação de saúde publica.
O Governo
Federal que busca apenas o devido sustentáculo à sua permanência no poder, não
pode apontar para os desvios, os desmandos, devaneios e os gestores
incompetentes que causam o sistema ineficiente, pois seria um tiro no pé.
Mais
fácil maquiar a situação oferecendo aos jovens empreendedores e aos seus
saudáveis funcionários e cidadãos a ilusão de uma cobertura através de um plano
de saúde “tabajara” instituindo nesses a sensação de proteção que só será
revelada, a exemplo do que acontece hoje com quem tem plano de saúde privado,
quando se vier a precisar.
Nos Estados Unidos o governo Obama tenta torna mais
equânime o sistema dos planos privados mais caros do mundo, visando permitir um
acesso de maior parcela da população americana, com as devidas garantias de
cobertura. Fazer saúde visando apenas o lucro com a doença pode levar o sistema
único de saúde ao colapso total.
O SUS foi uma importante conquista da
população brasileira, é lamentável ver o Governo Federal desistir de implantar
plenamente um Sistema elogiado em diversos países em nome da limitada
capacidade do mesmo, quando na verdade a limitação está na incapacidade do
governo de combater a corrupção que está entranhada em grande parte das
Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde.
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