quarta-feira, 13 de junho de 2012

Grupo de Escolta hospitalar possibilita atendimento médico 24h a presos de São Luís


Hoje, em São Luís, detentos do sistema penitenciário da capital podem contar 24h com uma escolta exclusiva para conduzi-los aos hospitais. Criado na gestão do titular da Secretaria de Estado da Justiça e da Administração Penitenciária (SEJAP), Sergio Tamer, o Grupo de Escolta Hospitalar garante a locomoção dos internos para as mais diversas unidades de saúde da cidade.

Criado da necessidade de garantir o transporte dos detentos às casas de saúde – assim que solicitado; o Grupo de Escolta Hospitalar do sistema carcerário de São Luís surgiu oficialmente através da portaria n° 055, de 2011. De acordo com Sergio Tamer, o foco é sempre possibilitar a condução do interno ao hospital, garantindo que este tenha aquilo que lhe é de direito: atendimento à saúde. “Já Li sobre casos no Brasil onde o preso não estava tendo atendimento médico por falta de escolta, então o grupo é justamente para evitar essa situação”, pontuou o secretário.

Além de fazer escoltas externas para unidades de saúde como os Socorrões I e II e as Upas (Unidades de Pronto Atendimento), o grupo também as efetua dentro do próprio sistema. O coordenador do Grupo de Escolta Hospitalar, Claudio Pacheco, contou que diariamente esse serviço é realizado no âmbito interno. “Escoltamos também quando eles precisam ser atendidos no Centro de Saúde de Pedrinhas. Nosso trabalho é possibilitar que eles sejam atendidos”, ressaltou Pacheco.

Perigo

Formado por 15 homens destinados exclusivamente para acompanhamento dos internos nas saídas hospitalares, o Grupo tem uma rotina árdua. Com uma base localizada no Presídio São Luís, os responsáveis por esse transporte relatam os principais riscos da função. Waldiney Duarte contou que as saídas mais perigosas são quando interno é conduzido para hospitais particulares. “A consulta é agendada e a possibilidade de um resgate é muito grande. Nós precisamos articular toda uma medida de segurança para evitar maiores complicações”, disse Duarte.
Waldiney lembrou que já houve casos onde a escolta, no meio do caminho, retornou ao presídio para evitar que um detento fosse resgatado. Ele relata que a situação foi descoberta após denuncia anônima feita ao diretor da unidade á qual o preso estava. “Nesse dia evitamos aquilo que seria o resgate de um preso de altíssima periculosidade, ele era assaltante de banco. Ele não tinha nenhum problema de saúde, tudo tinha sido programado para ele ser resgatado”, afirmou.

Treinamento

Treinados na Academia de Policia Civil, localizada no São Raimundo, os homens que fazem parte do Grupo de Escolta Hospitalar fizeram cursos de defesa pessoal, de tiro, imobilização e outros. Os cursos, que duram um pouco mais que um mês, são ministrados pelos próprios delegados. “É um verdadeiro treinamento. Nós somos submetidos a situações que nos depararíamos no cotidiano do serviço feito pela equipe. Nós somos preparados para qualquer eventualidade”, destacou Ernesto Amancio.

Quando a escolta faz o acompanhamento do interno para o hospital – seja interna ou externamente – aquilo que foi aprendido durante os cursos é colocado em prática. Amancio diz que existe todo um preparo, quase que ritualístico, para que tudo saia como os conformes. “Nós ao sairmos com o interno do carro já pegamos ele pela algema. Isso é uma forma de possibilitar qualquer tentativa de fuga dele. A arma só deve ser usada em último caso. Aprendemos isso no treinamento”, frisou.

Os membros do Grupo de Escolta Hospitalar fazem questão de deixar claro que eles só fazem a escolta quando para a condução do interno a uma unidade de saúde. Entretanto, quando este precisa ser internado, outra equipe fica responsável pela guarda deste. “Nós só fazemos o transporte. Não nos responsabilizamos quando o interno é internado e precisa passar vários dias no hospital”.

Fonte: Secom da Sejap
Foto J. Roberto

Nenhum comentário:

Postar um comentário