segunda-feira, 4 de junho de 2012

Intimidação? Polícia investiga tentativa de incêndio ao fórum de Senador La Rocque


A polícia está investigando uma tentativa de incêndio criminoso ao prédio do Fórum de Justiça de Senador La Rocque, a 30 quilômetros de Imperatriz, na região sul do Maranhão. Uma reportagem exibida no JMTV 2ª Edição desta segunda-feira (4) mostrou que dois coqueteis molotov, uma espécie de bomba de fabricação caseira, foram jogados no telhado e no pátio do fórum da cidade.

Segundo o juiz da comarca de Senador La Rocque, o atentado pode ter sido uma forma de intimidar o Poder Judiciário. Há seis meses, o magistrado determinou a busca e a apreensão de armas de fogo no acampamento dos sem-terra nas propriedades rurais da Gleba Cipó Cortado, no interior do município.

O juiz alega que já solicitou reforço da Polícia Militar mais de dez vezes para garantir o cumprimento da decisão judicial, mas ainda não foi atendido. Ele disse ainda que está sendo ameaçado de morte. "Existem já fatos concretos de ameaça pessoal, tanto à a pessoa do magistrado, houve uma vela com o meu nome simbolizando uma ameaça de morte, já houve dois telefonemas anônimos para o fórum, além de ameaça de invadirem uma propriedade rural", avisou o juiz Marcelo Baldochi.

Há menos de duas semanas, quatro homens em duas motocicletas, que portavam um revólver e uma espingarda, foram detidos dentro do acampamento dos Sem-Terra na Gleba Cipó Cortado. Eles foram levados para a Delegacia de João Lisboa na condição de suspeitos de ameaçar os trabalhadores rurais, mas foram liberados em seguida por falta de provas.

Um trabalhador rural disse que faz parte de uma lista de líderes do Movimento dos Sem-Terra (MST) marcados para morrer. "No Maranhão, trabalhadores vem morrendo constantemente, principalmente na área do campo, e nenhuma providência é tomada. O conflito agrário está aumentando aqui no Maranhão, na região amazônica, no Nordeste, no Pará. Qual o nosso grande medo hoje? É que, em qualquer esquina, alguém pode te encontrar e te derrubar", receiou o denunciante, que não quis se identificar.

O processo que pede a desaprorição da Gleba Cipó Cortado, que segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), pertence à União, se arrasta na Justiça Federal há sete anos. Tanto os posseiros, quanto os trabalhadores rurais, reivindicam o direito de permanecer na área. A Ouvidoria Agrária Nacional informou que tenta um acordo para evitar que a decisão demore ainda mais.

Fonte: G1 Maranhão

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